Thursday, December 18, 2008

algo alado

um pardal sem rabo
é como uma pipa sem rabiola
ou melhor, uma pedra com asas
uma rocha, de fato
se empoleira nas casas
tal pó royal de magoa
cocebendo filhotes de megalitos
prisioneiros de si
tocando um blues
procuram um grupo de ajuda
chamado Stonehenge
tirando leite de pedra
para fazer um pingado
vai, voe!
humano é o que dá asas
aos desalados

Monday, July 14, 2008

boom

tic
tic
tic
a bomba relogio
no ultimo segundo resolve
se implode ou explode
nesse sangue se dissolve
amor ou odio?
se o sistema é a chama
você é o ar ou estopim?
saiba por ti, nao por mim
o que tu clama?
o que tu clama?
a benção ou a foice?
o galope ou o coice?
revolução ou conformismo?
eis a receita de desta bomba:
junte seus antagonismos
dentro da cueca.
ou da calcinha.

Friday, May 02, 2008

a prova de tudo

quando eu era criança sempre pulava sem olhar
agora, olho, mas mesmo assim eu pulo
me perguntaram: o que voce quer ser quando crescer?
- pra que crescer?
(Bear Grylls)

Sunday, January 27, 2008

etc

na verdade, eu sempre tenho
a sensação de versos incompletos
repletos, de falta de fim
mas se bem, fosse assim
poetas e pontos finais
seriam como delirios sensuais
sem uma imaginação

Wednesday, December 19, 2007

direções

minha cabeça é um cubo
elevado a zero
meu cão guia é surdo
mudo, é meu quero-quero
dizia ele em libras:
as bussolas nao tem escolha
na gaiola que me trancou
o vento dança com a folha
a mesma marcha funebre
que a 10 anos atras tocou
setas, só setas,
apontam pra onde querem

Saturday, November 03, 2007

melancholic grab

acordei nostalgico:
rebelde poema
roots bloody roots
como lema
e uma vontade
doida de dormir
na casinha do cachorro
sendo que
que aqui nem tem cão
encantado pelo desleixo
eu mudei meu eixo,
era uma vez um durão
que imitava pedra
e remava
como um viking,
a tudo desafiava
varando as plataformas
rasgando as ladeiras
divinas cantoneiras
rodinhas quentes
nunca mornas

Friday, November 02, 2007

seu vestido de serragem

escala cinza
do céu
gota a gota
pipetadas
por uma mao
melancolica
sublimam
da rocha ao pó
as certezas
ao liquido, só
a mesma razao
da lagrima
resta
que chova
em todo chão
em toda fresta
até ano que vem
com menos dores
com novas flores...